O Envelhecimento Ativo e Saudável é um tema amplamente estudado nas últimas décadas, devido às transformações demográficas registadas mundialmente: a proporção mundial de pessoas com 60 e mais anos de idade aumentou de 9,2% em 1990 para 11,7% em 2013 e é expectável que continue a aumentar, podendo atingir 21,1% em 2050.
Estas transformações estão associadas sobretudo ao aumento da esperança média de vida (EMV), que era de 78,5, em 2005, na Europa e de 78,2 em Portugal, aumentando, em 2015, para 80,6 na Europa e 81,3 em Portugal, e à redução da taxa de natalidade, que em 2005 na Europa e em Portugal era de 10,4% e em 2015 decresceu para 10,0% na Europa e 8,3% em Portugal e consequentemente, ao aumento da população idosa, que nos últimos 40 anos aumentou de cerca de 10% para 20% em toda a Europa e da sua longevidade, que também aumentou cerca de 4%, nos últimos 10 anos, para 28% .
O que é afinal o Envelhecimento Ativo? Diz a Organização Mundial de Saúde, que é “o processo de otimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança, para melhorar a qualidade de vida das pessoas à medida que envelhecem, num quadro de solidariedade entre gerações” .
Não há dúvida que as mudanças demográficas têm um forte impacto na sociedade. Responder exige a implementação de estratégias concertadas e transversais, que conduzam à mudança de atitudes para uma abordagem positiva aos desafios do envelhecimento. Fatores individuais, familiares, sociais, ambientais, climáticos, e outros, determinam o modo como envelhecemos. Esta complexidade implica repensar o conjunto de políticas públicas, envolvendo múltiplos setores (saúde, educação, segurança social e o trabalho, cidadania e igualdade, economia, justiça, planeamento e desenvolvimento rural e urbano, habitação, transportes, turismo, novas tecnologias e cultura), como nos diz a Estratégia Nacional para o Envelhecimento Ativo e Saudável (2017-2025). Orientações não faltam – agora é preciso fazer!
O emprego, a participação social e a autonomia, que foram analisados em toda a Europa, em 2014 , são aspetos fundamentais neste processo. Da análise destes domínios foi criado um Índice de Envelhecimento Ativo (United Nations Economic Comission for Europe, EC. Active Ageing Index Home, 2016) e definiu-se como objetivo europeu chegar ao valor de 57,5. Em 2016, a média europeia era de 33,9, evidenciando que mais de metade dos Estados Membros deveriam impulsionar as suas políticas para uma vida longa, saudável, autónoma e ativa .
Uma das medidas tomadas pela Europa, neste sentido, é a Parceria Europeia de Inovação para o Envelhecimento Ativo e Saudável, que se enquadra na Estratégia Europeia 2020. Esta parceria visa “adicionar uma média de dois anos de vida saudável para todos na Europa” .
Portugal situa-se na 16ª posição, com 32,6, ainda longe do objetivo proposto. No entanto, depende de nós agarrar este desafio! Temos um enorme potencial para o desenvolvimento de oportunidades de emprego e de participação ativa na vida social e familiar, nomeadamente através de atividades de voluntariado, de aprendizagem ao longo da vida, da expressão cultural e do desporto .
O aumento da população idosa é uma vitória, mas também um desafio! Vamos superá-lo. Você está por trás disto!
1 Fonte: World Population Ageing, 2013 – United Nations Population Division
2 Fonte: Destaque – Informação à Comunicação Social, Instituto Nacional de Estatística, Julho 2011
3 Fonte: http://www.pordata.pt
4 Fonte: OMS, na 2ª Assembleia Mundial do Envelhecimento em Madrid, promovida pela Organização das Nações Unidas, em 2002
5 Fonte: Fundamental Rights Report, 2016, European Union Agency for Fundamental Rights
6 Fonte: Ibidem
7 Fonte: Ibidem
8 Fonte: Ididem