Mais dois anos de vida saudável para todos na Europa é uma das metas definidas na Estratégia Europeia 2020. Antes de perceber como é que vamos conseguir alcançar esta meta, seria bom perceber afinal que desafios enfrentam os séniores que os impedem de ter uma velhice saudável?

Depois de ler, a resposta parece óbvia, mas a verdade é que nem todos temos consciência destes fatores e ainda menos consciência de que estes são os nossos problemas no futuro.

São eles: a falta de ocupação (que ocorre com a reforma), a diminuição da mobilidade, doenças próprias da idade, dificuldade de acesso à saúde e informação em geral, entre outros problemas que, conduzem o idoso ao isolamento e exclusão social. Outras consequências estudadas relacionam-se com a falta de motivação e baixa auto-estima.

Sabendo quais são os problemas resta saber o que está a ser feito? Quais as melhores estratégias?

A proximidade parece ser uma opção. Face ao isolamento em que grande parte dos idosos se encontra, serviços personalizados e de proximidade parecem ser uma resposta importante. Exemplo disso, é o trabalho desenvolvido pela Associação Mais Proximidade, Melhor Vida (AMPMV), que tem como estratégia estabelecer relações de proximidade e confiança e oferece um acompanhamento personalizado e adaptado às necessidades de cada uma das pessoas que acompanha. Segundo nos diz a Gerontóloga da Associação, Susana Rito,

“os séniores ao terem acesso à intervenção personalizada da AMPMV sentem-se mais incluidos na comunidade, melhorando o seu bem-estar e saúde uma vez que existe:
– a promoção da autoestima e valorização pessoal;
– a promoção da intergeracionalidade;
– a garantia da Informação e Inclusão Social;
– a facilitação do acesso a serviços, medicamentos e outros bens de saúde;
– a melhoria das condições de habitabilidade dos seniores”.

O impacto dá-se a vários níveis, sendo de destacar o bem-estar emocional e psicológico, acesso a serviços, e, consequentemente, uma maior inclusão e participação social.

A qualidade de vida passa em larga medida pelo sentimento de inclusão e participação social. As Universidades Séniores são outra resposta que se tem afirmado muito nesta matéria. Promovem um envelhecimento ativo através da aprendizagem num ambiente informal. Segundo um estudo realizado em 2016[1], a participação em Universidades Séniores gera impacto e benefícios a vários níveis, “benefícios físicos, cognitivos, psicológicos, emocionais e relacionais, promovendo a saúde e prevenindo o declínio cognitivo e funcional, (…) e promove a saúde física e mental dos séniores (…)”. A interação social promovida por este tipo de ação, responde também à necessidade de aprendizagem, de vivenciar novas experiências e de estabelecer novos contactos e redes sociais. As Universidades Séniores assumem um papel fundamental no combate à solidão e ao isolamento num formato não tradicional e que responde aos interesses individuais de cada pessoa.

Além das atividades associadas à aprendizagem, estes espaços promovem muitas atividades complementares e estimulantes como concursos, visitas guiadas, exposições, teatros, caminhadas, entre outras – assumindo uma vertente cultural, desportiva e de promoção da intergeracionalidade, que valoriza a participação ativa na vida da comunidade.

Portugal, vamos responder ao desafio?

Você está por trás disto! O bem-estar e a coesão social depende de todos!

[1] ALMEIDA, Fátima Teresa Cavaleiro (2016), O Contributo das Universidades da Terceira Idade na Qualidade de Vida dos Seniores – Dissertação de Mestrado em Educação de Adultos e Desenvolvimento Local, Departamento de Educação da Escola Superior de Educação de Coimbra